Sílvio Alexandre, organizador do Fantasticon que abriu todas as mesas
Como todo bom crítico deve dar sugestões de melhoria, meu pedido à Organização (aqui representada na figura do excepcional colega Sílvio Alexandre) é que, para os próximos anos, faça uma seleção mais apurada das mesas participantes, reduzinbdo seu número mas privilegiando a experiência do freqüentador e admirador de literatura fantástica – que poderá ver todas as mesas sucessivamente umas às outras.
Claro que uma redução do número de palestrantes contemplados nesse evento (que está apenas em sua 2° edição) poderia também provocar um movimento para o surgimento de um segundo evento para mesas e debates de literatura fantástica. E nós, admiradores e/ou produtores, só teríamos a ganhar.
Segue a isto um relato - não muito breve, é verdade - sobre minha jornada entre as mesas do Fantasticon... (desde a saída atravancada uma hora antes até a conformação e dura e definitiva seleção...)
1a Mesa – Universos Ficionais compartilhados (Transformando Limitações em Triunfos de Enredo)
Essa palestra foi bem legal, só fiquei triste mesmo por Octávio Aragão – criador da Intempol - estar na platéia e não na mesa. A mesa mesmo era composta por representantes (de peso) da equipe de desenvolvimento do Universo Ficcional Taikodom. Entre eles, Gerson Lodi-Ribeiro, um dos grandes escritores de ficção científica (e história alternativa) de sua geração.
Para os que ainda não sabem, Taikodom é um jogo online brasileiro e também uma série de romances e quadrinhos, formando um universo de ficção científica multimídia. Enfim, um universo ficional com vários escritores trabalhando em frentes diferentes.
Como objeto para a discussão, os expositores contaram sobre suas experiências no desenvolvimento do cenário e das ficções que dão suporte ao jogo – como enfrentaram também problemas técnicos do game que tiveram que ser justificados e incorporados na história do universo ficcional. O grosso do cenário foi desenvolvido principalmente pelo Gerson (e compilado no que eles chamam de “bíblias”), mas vários personagens, eventos e detalhes foram sendo acrescentados e desenvolvidos por outros colaboradores.
Abandonei essa mesa, justamente quando as coisas estavam ficando ainda mais interessantes, uma hora antes do final.
Mesa 2 – O Vampiro Antes de Drácula
Proposta bonita essa da Marta Argel e do Humberto Moura Neto, mas não posso dizer que foi uma palestra excepcional. Lembrei-me de um comentário que ouvi certa vez: “fandom mesmo só existe de ficção-científica, os outros...”.
Não querendo desmerecer aqui o trabalho muito bacana dessa dupla: eles conseguiram reunir um bom repertório de histórias e causos, traçando uma cronologia da figura do vampiro a partir do século XVIII de dar inveja em muita gente por aí; mas o público presente não colaborou. Fora as insistentes e cansativas piadas sobre “ser um vampiro” – trocadilhos presentes sempre nesse tipo de mesa e completamente dispensáveis e brochantes. Perdeu-se muito tempo com esse tipo de criancice e os amigos mal tiveram tempo de expôr tudo o que tinham trazido. Uma pena.
Quando público e produtores vão amadurecer, deixar o humor supérfulo de lado e manter conversas mais edificantes? Ponto para FC brasileira, que não alimenta esse tipo de bobeira.
A esperança está no livro deles sobre o tema (com uma boa compilação de contos) que deve ser lançado na Bienal – livre de comentários dispensáveis dos fãs e de piadinhas inoportunas.
Ah! É claro: Marta e Humberto partiram da idéia de que o vampiro - isso que chamamos de vampiro hoje - não é tão antigo como se pensa e que teria nascido na mesma noite que o Frankenstein (em 1818) como uma sátira a figura de Lord Byron. A partir daí, a figura do vampiro se espalhou facilmente pela literatura e pelo teatro, seja no horror/terror seja nas prolíferas sátiras e nas comédias.
Minhas aventuras pelo Fantasticon ainda não acabaram! E para a nossa sorte, as palestras seguintes foram ótimas! Posto mais detalhes dessa jornada em breve...
LUIZ PIRES,
é webdesigner e estudante
de Artes Plásticas no
Unicentro Belas Artes
3 comentários:
Luiz, bom relato, especialmente sobre a mesa dos vampiros! Então você também estava lá? Uma pena que eu não sabia quem era você, até agora não tenho um "Fabulário" :(
[ ]'s e aguardo os outros relatos!
Obrigado, Trevisan!
Nossa, pior que não nos encontramos por lá mesmo!
Na próxima não vamos deixar passar, ok! E vamos marcar um modo de te passar os Fabulários (tanto em inglês quanto em português)! Dá para pedir por correio, se quiser!
Abraços!
Luiz
Olá,
Foi uma pena Cezar e eu não termos ido ao fantasticon , o que fica para uma próxima. Com esses relatos dá pra ter uma idéia de como foi , aguardo pelo próximo.
Obrigado pelos constantes comentários no blog ! Seria interessante uma parceria no futuro , pois já temos experiência com zine e esse seria o intuito do blog.
Caso queiram me adcionar para conversarmos (não tenho orkut) williansertorio@hotmail.com .
Abraços
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