Em dada altura do Fantasticon, tive que me retirar para dar uma força aos amigos da Confraria das Idéias, ong da qual participo e que estava com diversas atividades do 16° EIRPG. Com isso perdi a palestra sobre cinema, que queria muito ver, com a Vivi Amaral da Mostra Curta Fantástico.
Mesa 3 - Os Monstros na Literatura Fantástica
(Ok, eu não estive realmente nessa mesa. A Carolina fez algumas gravações em vídeo para mim e eu assiti aqui em casa depois).
Basicamente, a mesa foi uma apresentação do livro “Enciclopédia dos Monstros” de Gonçalo Júnior. Pelo discurso e pelos causos relacionados ficou claro que houve grande esmero no trabalho – e decisões acertadas sobre o que tinha que ficar de fora. O livro é muito bem diagramado, muito bem diagramado mesmo!, com um estilo que cai, pelo bem ou pelo mal, numa cara meio “super-interessante”, meio infográfico (essa parte fica a cargo de Osmane Garcia Filho, ao qual Gonçalo não poupou os louros).
Tudo indica que é um ótimo livro para colecionadores e um livro referência para pesquisadores e produtores: seja de literatura, quadrinhos, ilustração, cinema ou qualquer outra mídia. Ricamente ilustrado e com uma profusão de referências.
A mesa também contou com um convidado ilustre, Álvaro de Moya, decano do quadrinho brasileiro e personalidade internacional. Nós que nem o conhecíamos ficamos boquiabertos...
Mesa 4 - Visão Alienígena: Outros Olhares da Literatura Fantástica Brasileira
Na realidade, podemos colocar essa mesa no hall das mesas com nomes pretenciosos que não chegaram lá (me refiro aqui ao nome "visões alienígenas"). Ainda assim, foi uma conversa bastante interessante e um encontro muito agradável e proveitoso.
Foi a primeira mesa que vimos no domingo. Infelizmente não contou com a presença do jornalista e escritor (e asmigo nosso) Sérgio Pereira Couto, que poderia colaborar um pouco para essa dita “visão alienígena”. Ficaram na mesa Alexandre Linares, editor que teve relação especial com quadrinhos de ficção científica, mas que é admirador de longa data dos gêneros fantásticos; e Elizabeth Ginway, professora universitária norte-americana de literatura brasileira.
Ginway vem desenvolvendo, já há algum tempo, uma pesquisa sobre a ficção-científica no Brasil, o que a aproximou dos autores que escrevem atualmente no Brasil. Essa aproximação ajudou a deixar sua pesquisa pouquíssimo “alienígena” e muito territorializada, sim senhor. Linares agiu quase que como um mediador, apresentando o trabalho de Ginway, mas fez colocações muito diversas e pertinentes.
Na minha opinião, e vejam que é apenas minha opinião, Ginway foi o lado racional, acadêmico, teórico da mesa e Linares seu lado mais sensível, “antenado”, com colacações mais instigantes e menos “enciclopédicas”. A parte disso, a pesquisa de Ginway bota ordem em anos de ficção científica no Brasil – e ressalta características muito relevantes para a compreensão e apreciação do gênero.
Na platéia, que era muito sucinta (e isso me fez pensar se as melhores mesas seriam também as mais vazias), ajudaram a engrandecer a discussão Bráulio Tavares e Jorge Luiz Calife. Uma dica: se vocês ainda não os conhecem, guardem esses nomes porque eles são figuraças.
LUIZ PIRES,
é webdesigner e estudante
de Artes Plásticas no
Unicentro Belas Artes
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