segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Lançamento da revista em quadrinhos Boca do Inferno.com

postagem atualizada no dia 27 de fevereiro | local corrigido + convite
Confirmado!

Neste sábado, dia 1° de março, estaremos lá na festa da lançamento da revista de histórias em quadrinhos Boca do Inferno.com.

Quem quiser, além de adquirir a Boca do Inferno.com, pode aproveitar para falar com a gente e pegar uma edição do Fabulário! Vamos levar algumas na mochila!

MAS HEIN?!
Para quem não tem a mínima idéia do que eu estou falando:
O Boca do Inferno (www.bocadoinferno.com) é um portal dedicado a todas as expressões do Terror nacional e Internacional, especialmente forte em cinema. É um site-referência do gênero, com artigos, fotos... veradeiras bibliotecas sobre o assunto estão a disposição porlá.
O site existe desde 2001 e este ano lançou, juntamente com o site associado infernotícias e com a editora SM, a revista em quadrinhos Boca do Inferno.com.

INFO:

01/mar, sábado - 18Hs
Livraria HQ Comix HQ MIX
Praça Roosevelt, 142 – Centro
HQs desta 1a edição:
- Um Coração de Presente
- Coleção de Naturalista
- Para o Horror e Além
- Hooker Avenger
ainda conta com 4 ilustrações de página inteira e umna coluna sobre cinema de horror


32pgs, capa colorida, miolo P&B, apenas R$ 3,oo !

Boca do Inferno no HQMIX
link para o Release:
http://www.bocadoinferno.com/romepeige/revistaboca.html


LUIZ PIRES,
é webdesigner e estudante
de Artes Plásticas no
Unicentro Belas Artes

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Um zumbi comeu meu post



Começam dia 14 de fevereiro as filmagens de Porto dos Mortos, o primeiro longa-metragem de horror gaúcho”, em Porta Alegre (RS). Mas tudo indica que as ambições do diretor Davi de Oliveira Pinheiro vão além de seguir a linha do Zé do Caixão. Davi pretende “criar uma visão particular do gênero, nunca vista em qualquer parte do mundo”. Bom,está lançado o desafio.

Davi diz que a idealização do projeto vem desde 2005 e segue até hoje num processo contínuo de aperfeiçoamento, com o objetivo de criar uma “identidade única e pessoal”. Parece bom, dado que as referências do diretor não negam um certo bom gosto: Sergio Leone, do “faroeste de arte” Era uma vez no Oeste; François Truffaud, de O último metrô e, como não podia faltar, George A. Romero, o cara que entende de filmes de zumbi.

A premissa é a seguinte: o policial Lockheart (curiosamente, o mesmo nome de produtora do filme) persegue Adam, um assassino serial à solta em um Brasil devastado, povoado por mortos vivos. A grana disponível não deve ser muita, (portanto não imagine um road movie cheio de explosões e seres animalescos correndo na velocidade da luz), mas pelo trailer já dá pra notar uma preocupação técnica maior. A equipe conta também com André Kapel, que já trabalhou com efeitos especiais em filmes de Mojica Marins e outros famosos como Cheiro do Ralo e Amarelo Manga (alguém me corrija se eu estiver falando bobagem!). Agora é aguardar: o filme está programado para sair em novembro.

PARA ÁVIDOS E AUDAZES NAVEGANTES
(incluindo os nerds-fissurados-por-sangue)

Se você quer ser um figurante-zumbie (ou um zumbi-figurante, a escolha é do freguês), mande um e-mail para: queroserzumbi@v2cinema.com. Lembrando que as filmagens serão em Porto Alegre....

Se você quer uma resenha mais engraçadinha que a minha, vá no judão.com. (praticamente a versão indie do Omelete e altamente recomendável).

Se você quer saber who-the-hell-is nosso amigo Davi de Oliveira Pinheiro, sei lá, ligue para a produtora (interurbano, para os conterrâneos) ou assista este curta simpático que eu achei.

PARA MAIS ÁVIDOS E AUDAZES NAVEGANTES

Filmes de zumbis com tomates pré-selecionados dos campos peruanos.

White Zombie (1932): diz a lenda que foi o primeiro filme de zumbi da história da humanidade. Segundo nosso colaborador L. R. Fernades, é aquele clássico filme de zumbis-sonâmbulos com os braços estendidos soltando grunidos initeligíveis e, suposição minha, dizendo “miooooolos”. No elenco, ninguém mais, ninguém menos que Bela Lugosi.

A Noite dos Mortos Vivos (1968): clássico absoluto de Romero, influenciando significativamente toda uma safra de filmes posteriores. Além de sangue (com e sem molho de tomate), violência, multilação e seres putrefados, há uma crítica social focada nos movimentos sociais das minorias. E o mais impressionante: o filme foi rodado com meros U$ 13 mil em preto e branco.

O Despertar dos Mortos (1978): dez anos depois de A Noite dos Mortos Vivos, sai o segundo filme da trilogia de Romero. Muito sangue, víceras, miolos e mortos vivos passeando no shopping center, além da trilha sonora em parceria com o italiano Dário Argento ( que também fez a montagem da versão européia do filme).

Filmes de zumbi com tomates, pesticidas e agrotoxicos.

Extermínio (2002): filme dirigido por Danny Boyle (Transpoiting) e protagonizado por Cillian Murphy (Café da manhã em Plutão). Início surpreendente (silêncio + Cillian Murphy perdido da silva + Londres completamente vazia) e final sem medo de ser feliz. Resultado: uma soma feliz de um bom cineasta e o esquema hollywood.

The Evil Dead (1982): é ou não é um filme de zumbi este filme de Sam Raimi (Homem Aranha)? Um clássico filme B de horror que teve duas sequências não tão bem sucedidas.

Na Dimensão dos Mortos (1989): de um tal David Acomba é, segundo o mesmo colaborador citado acima, um filme com os mortos vivos mais insistentes que ele já viu. E parece engraçado.

Filmes de horros com tomates à brasileira (ou à sulista)

Mangue Negro: filme de zumbi de Rodrigo Aragão com um argumento, no mínimo, incomum: um manguezal contaminado transforma os pescadores em zumbis. Será exibido no Festival de Cinema Fantástico de Porto Alegre no dia 01 de agosto. Veja o trailer no You Tube.

O Carneador: curta metragem independente ( sinônimo de “sem dinheiro”) de Marcio Cannibal Strzalkowski (sinônimo de “pseudônimo duvidoso”). Melhor mesmo é pular meu falatório e seguir pro YouTube.

Paisagens, Pesadelos e Paranóias: outro curta metragem independente de André Bozzetto Junior, indicado como uma homenagem aos filmes de suspense italianos, também conhecidos como “giallos” (italianas nuas, assassinos de luvas negras e uma boa garrafa de whisky J&B). Veja o curta no You Tube: parte 1 e parte 2.

Junho Sangrento: já citado no meu post sobre Ilha Comprida, o filme de Joel Caetano nunca mais saiu de nossas memórias depois do “retardadinho”, tornando-se praticamente uma marca do Fabulário. Agora no My Space.

Tomates Mortos

Era dos Mortos: soma interessante do filme de zumbis de Rodrigo Brandão com quadrinhos complementares de Micael Holderbaum, tudo muito mineiro e com boa dosagem de Pomarola. No site dos caras você pode baixar o filme e os quadrinhos, e comprar o DVD contendo o making of e fotos.

Capital dos Mortos: filme de zumbi “meio fundo de quintal” (e o que não é nessa vida?) com efeitos especiais tocantes. E não é de Porto Alegre, e sim de Brasília. Veja o trailer no You Tube.

Colaboraram: L.R. Fernades, com diversas dicas e apontamentos e o Luiz (agora com "z"), subindo e descendo imagens.

Sites consultados com maior frequência: Infernotícias e Boca do Inferno.

CARA CAROLINA ,
é webdesigner e estudante
de Artes Plásticas pelo
Unicentro Belas Artes

domingo, 3 de fevereiro de 2008

O fabuloso imaginário de Terry Gilliam


Dado que eu não consigo resenhar a tempo os filmes que estréiam e que todo mundo já viu, ouviu e falou, sigo na linha de resenhar os filmes que chegam aqui no Brasil com enorme atraso, com baixa distribuição (veja bem, em DVD, no cinema eles nem chegam...) e que, consequentemente, ninguem vê.

Resenhei para o fanzine beta o filme Mirrormask, de Gaiman e McKean. Agora é a vez de Tideland, de Terry Gilliam.

É provavel que “Os Irmãos Grimm” tenha forrado os bolsos de Gilliam o bastante pra que ele partisse para uma produção independente e despretenciosa. David Lynch começou a conceber Veludo Azul durante as filmegens de Duna. Terá ocorrido um caso parecido?

Tideland conta a história de Jeliza-Rose, uma pequena de 10 anos perdida em um ambiente desértico em condições insólitas. A criança cria em sua mente fantasias escapistas que, durante o filme, são transportadas para o mundo real. Some isso às aparições de uma taxidermista macabra e seu irmão lobotomizado e temos uma verdadeira galeria de cenas de um estranho universo infantil.

O filme foi rechaçado pela crítica, quando não simplesmente desconsiderado. Basta dar uma rodada na internet para encontrar fãs de Gilliam profundamente decepcionados, analisando os fatores psicológios que o levaram a conceber um filme tão.... infilmável!

As reclamações são variadas: falta de lógica, não-linearidade da trama, sequência de imagens bem concebidas estéticamente, mas sem solidez e, pra fechar com chave de ouro, “abordagem leviana e imprudente de temáticas chocantes” como pedofilia, necrofilia, terrorismo e drogas.

O mais curioso é o fato de elogiarem Gilliam pelo que mais os incomoda: a teimosia em ultrapassar os cerceamentos comuns do cinema norte-americano. "Grande parte das coisas que perturbaram os espectadores no filme foram trazidas por eles mesmos para a sala do cinema", disse Gilliam em resposta às críticas, acrescentando ainda que basta voltar a pensar como uma criança para o filme tornar-se “pura alegria”. Eu diria que basta se livrar das constantes injeções de moral que levamos pra dentro e pra fora das salas de cinema, os tabus e as amarras sociais. Só uma platéia totalmente anestesiada poderia afirmar que o filme não passa de um codidiano repetitivo de uma criança esquizofrênica.

O fato é que Tideland é um filme inteligente, feito com capricho e cheio de nuances. Os personagens são bem trabalhados e fogem do lugar comum. Como exemplo, Jeff Bridges (Noah, pai de Jeliza) fica quase todo o filme no papel de homem-múmia, o que não o diferencia muito do seu estado anterior de homem dopado. É, enfim, um filme altamente recomendável, mas talvez não para toda a família. Pra quem gosta (e suporta) ver Gilliam em plena forma, aí está uma boa oportunidade.

Dizem ser o cinema uma arte pragmática. Eu ainda acredito que basta haver um homem com boas idéias e uma câmera na mão.

CARA CAROLINA ,
é webdesigner e estudante
de Artes Plásticas pelo
Unicentro Belas Artes