Encerrando meus relatos do Fantasticon, as duas palestras mais loucas e intensas que fecharam aquele domingo, dia 6 de julho de 2008:
Mesa 5 - "Vida louca, vida intensa – uma viagem pela ficção científica de William S. Burroughs"
É quase uma infelicidade que Bráulio Tavares, nesses dois anos de Fantasticon, tenha vindo sempre a se apresentar como embaixador do Mainstream no Fandom e vice-versa. Se você não está familiarizado com os termos Mainstream e Fandom, não perca seu tempo procurando... não vale a pena. Ao invés disso, leia um pouco mais sobre Bráulio Tavares, esse multi-homem da cultura nacional que é escritor, roteirista, compositor e muito mais coisas.
O próprio Bráulio Tavares por vezes demonstrou não se preocupar com essa separação. Mas uma vez em Roma, ele deve ter pensado, fale como os Romanos.
Nessa visão de mediador, Bráulio trouxe para o Fantasticon um autor pouco comentado entre os leitores, admiradores e produtores de ficção-científica e geralmente enxergado junto a geração beat: William S. Burroughs. A palestra se concentrou em trazer ao conhecimento alguns fatos biográficos, curiosidades da construção de sua obra e em relacioná-lo a outros autores da FC mais conhecidos. Foram eles Philip José Farmer, Samuel Delany e Philip K.Dick.
Devo admitir, com penosidade, que pouco ficou para mim sobre a literatura de Burroughs (em grande parte por não estar muito acostumado com os autores comparados). Retive mais sobre a literatura de Philip K. Dick (em parte devido a um grande interesse por esse autor) e no contexto em que Delany estava inserido. Claro, numa coisa o título da palestra estava seguro arespeito de Burroughs: Vida louca, vida intensa – e todos saíram sem dúvidas quanto a isso.
A exposição de Tavares foi uma das mais ricas do Fantasticon, sem dúvida alguma (senão a mais rica). E não é à toa: Bráulio Tavares é “o cara”. Para conhecer mais sobre ele, eu indico a sua coluna no Cronópios e o blog onde ele publica antigos textos seus publicados no Jornal da Paraíba, o Mundo Fantasmo.
Mesa 6 - Um olhar sobre a Literatura Fantástica atual
Com a dupla Fábio Fernandes e Jacques Barcia e também a participação especial de Guilherme Kujawski (do itaulab), e Sérgio Kulpas (do webinsider). Foi uma mesa “estranha com gente esquisita”, no melhor sentido!
Fábio Fernandes não tentou conter a empolgação e falou pelos cotovelos, citando dezenas de nomes, livros, gêneros! A isso, coube a Jacques Barcia tentar organizar um pouco a bagunça dos “estilos” que estavam em questão. Guilherme Kujawski e Sérgio Kulpas engrandeceram a mesa com algumas impressões pessoais bastante ricas. Talvez você já tenha percebido nesses dois parágrafos: a mesa foi uma loucura!
Para nossa sorte, o Fernando Trevisan preparou um relato minucioso onde dissecou grande parte das referências, autores e títulos citados na mesa. Você pode ler esse relato aqui.
A animação da mesa foi contagiante. O Fábio, especialmente ele, pautou seu discurso num ideal de expansão e globalização da leitura e escrita de ficção científica e fantasia. Nesse sentido ele encabeça, ao lado de Barcia, dois projetos com esse intuito: a revista digital Kalíopes; e o site Terra Incógnita (que ainda está no forno).
Mas ficou um gosto estranho no final. Uma sensação de confiança excessiva nos meios digitais, na internet. Uma impressão até mesmo de subordinação às discussões e conquistas travadas e obtidas no exterior. Vamos torcer para que seja só uma impressão.
LUIZ PIRES,
é webdesigner e estudante
de Artes Plásticas no
Unicentro Belas Artes
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