segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Bem Vindos a Ilha Comprida!



Embora eu goste das coisas em partes, mesmo porque costumo me estender demais nas explanações, este post foi idealizado por inteiro. Por questões referentes à rapidez da internet (não da sua internet discada, meu amigo, e sim a internet como mídia de ligeira contemplação) e pelo brilho cansativo dos monitores, dividi este relato em duas partes.

Tudo começou num feriado chuvosos. Chuvosos, pois, para bom paulistano azarado, não há feriado na praia sem um céu nublado e uma garoinha gelada. Mas este foi diferente, pois o objetivo maior da viagem não era pegar uma cor e sim presenciar um dos poucos eventos referenciais de cinema fantástico do país: a II Mostra de Curta-Metragem Fantástico de Ilha Comprida. Embora seja um evento de pequeno porte, a mostra é significativa. Nos 5 dias de duração foram apresentados diversos curtas, dos independentes de pequena verba aos que contam com maior apoio financeiro e de produção. As idéias são múltiplas: zumbis, vampiros, experimentos genéticos, sonhos e alucinações. Agora a pergunta que não quer calar: mas... Ilha Comprida?

Isso, mesmo. A mostra foi acolhida pelo Espaço Cultural Plínio Marcos e contou com o apoio da Prefeitura Municipal. O público é composto por pessoas de todas as idades advindos de regiões próximas e da própria ilha, além dos turistas e do pessoal que vem especialmente pra mostra. É fácil ver diversas crianças e adolescentes atentos na platéia, visto que a cidade é pequena (cerca de 9.000 habitantes) e não conta com shopping ou cinema, distrações habituais dos jovens das grandes metrópoles.

Mas o que nos impressionou mesmo, além do aspecto “paraíso perdido” de Ilha Comprida (realmente comprida!), foi a qualidade dos curtas exibidos, em especial a sessão da 19h do dia 15 de novembro, especial de horror. Joel Caetano, da Recurso Zero Produções e diretor do tragicômico Junho Sangrento, compareceu a sessão junto ao elenco que nos permitiu bater um papo sobre a produção independente e elogiar pessoalmente seu trabalho, que nos rendeu algumas piadas insólitas que repetimos até hoje. Joel disse que gostou dos curtas apresentados nas sessões anteriores, mas reclamou da não-linearidade dos roteiros. Eu, em contrapartida, acabei gostando dos curtas mais sem pé nem cabeça (também conhecidos como não-lineares) como Crisálidas, do mineiro Fernando Mendes e Akai, de Gustavo Arantes. Ambos trazem uma história embutida, mas é fato que a seqüência cronológica dos fatos não foi a preocupação maior de seus idealizadores.

Continua no próximo post, quando a paciência do caro leitor estiver renovada e seus olhos não estiverem lacrimejando mais.


CARA CAROLINA ,
é webdesigner e estudante
de Artes Plásticas pelo
Unicentro Belas Artes

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